domingo, 18 de setembro de 2011

CROMO DE FOLHINHA

Em seu singelo aspecto físico a Aldeia de Carapicuíba bem parece delicado cromo de folhinha. Nesse cartão postal plantado às margens da Avenida Inocêncio Seráfico, algumas casinhas baixas, geminadas, apresentando quintais nos fundos, alinham-se na praça retangular. No lugar de destaque ergue-se acolhedora Igreja de São João Batista cuja padroeira é Santa Catarina.
Enamorados pelo bucolismo do quadro de moradores de Carapicuíba mandam fazer grandes posters enfeitando, com eles, as paredes das residências, das repartições públicas, das casas comerciais.
Caiadas de branco, barra azul claro, janelas estreitas, sem vidros, de taboas iguais às portas, pintadas de azul escuro, telhados com beiral, cobertos de telhas coloniais... Na praça quadrada alguns coqueiros alegram a paisagem, aguerridos protetores do velho cruzeiro no pedestal fronteiriço à igreja.
Os coqueiros embelezam o largo e o seu verde ajuda a evocar um tempo distante, indeciso entre a Pindorama indígena e o Brasil civilizado.
Inicialmente, ao tempo da fundação, as casas da Aldeia teriam paredes e tetos de palha. Depois passaram a ser feitas de materiais mais resistentes, consolidando-se, quando a taipa de pilão, de cascalho e barro cocado, com exaimé que, amarradas às fasquias de bambu, constituem a trama das paredes associando a técnica indígena com a experiência lusitana, impôs-se predominante nas construções. Nessa época, as janelas seriam gradeadas, para defesa contra ataques dos índios, porém hoje não mais o são.
Peça histórica de raro valor as casas da Aldeia foram edificadas para abrigar os padres Jesuítas e outros moradores que também possuíam propriedade em São Paulo de Piratininga.
Voltadas, na grande maioria, para a fachada da igreja, têm apenas uma exceção: a da pequena travessa que dá passagem para o loteamento do Jardim Eleonor, a Oeste na direção de Osasco.

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