domingo, 18 de setembro de 2011

O PASSO DOS 15 COM 15

A dança de Santa Cruz é uma parcela ínfima, porém indiscutível da cultura espiritual tradicional das gentes brasílicas, acondicionada e acomodada no calendário cristão pelos missionários que chegou até nossos dias graças aos que sabem cultivar e respeitar as nossas tradições. Constituindo-se numa das mais curiosas tradições populares, a Dança de Santa Cruz, ou Sarabaquê ou ainda Quinze com Quinze com acentuada preponderância indígena mesclada com influências negras e dos brancos, se bem que em menor escala, é dividida em três quadrados autônomos: a adoração, a roda e a despedida.

1.     Adoração da Santa Cruz: Nesta primeira etapa, cantores, músicos e dançarinos ajudantes, seguidos pela população, saúdam a Santa Cruz com cantos e danças. Os versos são cantados em quadras, acompanhados de movimentos rítmicos dos participantes. Duas são as estrofes, com versos de cunho religioso, repetidas ano após ano. E os cantores, todos voltados para a Capela, de costas para o Cruzeiro, por duas vezes entoam suas cantigas populares em honra aos santos. Depois, fazendo um movimento de cento e oitenta graus, agora dando as costas para a Capela, saúdam o Cruzeiro, repisando, ainda, por duas vezes, aquela mesma estrofe em som melódico de viola:
                                               Deus que salve a casa Santa
                                               Aonde Deus fez a morada
                                               Onde está o cálice bento
                                               E a História consagrada
Terminados estes versos todos gritam em coro: ooiii                         
                          Numa bacia de prata
                          Maria lavou Jesus
                          Maria mulher formosa
                          Deu louvor à Santa Cruz
Novamente se ouve o coro ooiii

2.     A Roda: A roda é formada por cavalheiros e damas, como na contradança da quadrilha, de origem francesa, tão difundida no Brasil. Os cantadores agora se separam em diversos e pequenos grupos, responsável cada um deles pelo canto de uma pequena quadra. Durante todo o tempo os violeiros. Nesta segunda fase os versos são mais livres geralmente repentinos. Quem tiver seu improviso poderá laçá-lo, quase sempre bolindo com as moças, os rapazes, o chapéu de um o vestido de outra; e assim por diante; num som alegre e brejeiro.
3.     A despedida: Esta última fase é muito semelhante à primeira quase idêntica. Mudam apenas os versos que antes eram de saudações, e agora se referem à despedida.

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